- A Modernidade é associada a noções de transitório, contingente, de fragmentário, de ambíguo e contraditório. Mas cada uma dessas noções tem seus sentidos diversos, e representam facetas bastante diferenciadas do que se entende por “modernidade” ou “moderno”
- A idéia de “permanente mudança” é característica, mas não privilégio da modernidade – vide I Ching ou alguns dos pré-socráticos. Merece discussão a experiência histórica específica em ela se funda (mesmo o resgate contemporâneo desses outros sistemas filosóficos é revelador dessa concepção de mundo, mas ainda assim ela é específica).
- Modernização, tomada como categoria abstrata, tende a ocultar ou escamotear seu conteúdo social e histórico. Pode-se acrescentar que, neste caso, se trata de construção idealista (e ideológica) que embute julgamentos de valor que deveriam ser objeto de investigação e não premissas adotadas.
- A separação do social em três econômico, político, cultural não é uma questão desprezível! Há profundas implicações nessa divisão, e envolvem ênfases e primazias. Seleciona-se o interlocutor de antemão...
- A parte e o todo: visão “global” não deverá nunca se furtar ao “laboratório de testes” que o específico/particular oferece.
- A noção de progresso é fundamental ao projeto da modernidade (modernidade = progresso => tradição = atraso). Daí a relevância de uma representação sarcástica como a de Adoniran (‘pogréssio’).
- Projeto (desígnio): processo intelectual (racional). Devemos apenas ser cuidadosos em não associar racionalidade a racionalismo (razão como uma modalidade “superior” de cognição). Historicamente, esse julgamento teve conseqüências muito sérias, sobretudo no contato do europeu com outros povos, levando o colonizador a menosprezar ou infantilizar outras formas de conhecimento.
- O projeto é desejo, não necessidade. E o projeto urbano é um desejo coletivo. Mas de que coletividade?
- O lugar da história: os usos da história (legitimação, construção de identidades...). Qual a história que estamos fazendo?
- A Revolução tecnológica - "tecnologias mudam radicalmente o sentido do viver": em que medida muda mesmo? Determinismo tecnológico? Muda para quem?)
- Transformação do mercado de bens de consumo: democratização ou apenas “doutrinação pelo conforto”?
15 de setembro de 2006
Questões de um debate acadêmico
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